A vibrante africanidade do documentário Akoma
No idioma twi, do povo Axante do país de Gana, da África ocidental, a palavra Akoma significa: coração.
Na simbologia Adinkra, uma manifestação cultural dos Axantes, Akoma está associado à paciência e à tolerância, explicado no provérbio: “Nya Akoma!” (Tenha coração e tenha paciência!).
Foi exatamente usando a temática dos corações resistentes e pacientes dos antigos africanos trazidos para o Brasil, que a jornalista Tatiane Lima, diretora do curta ‘Akoma-Vibrações de uma Nação’, sentiu a necessidade de mostrar para as pessoas que ser negro é mais que ter uma cor de pele. É pertencer a um povo com uma ancestralidade fortíssima, um legado importante em cultura, história, idiomas, religiosidade e conhecimento.
Tatiane também é formada em Ciências Sociais, Afrocentricidade e Quilombismo. Para Tatiane, Akoma representa o seu povo, que mesmo em diáspora jamais deixou seu vínculo de corpo e espírito com a mãe África. ‘Eles resistiram à escravidão e foram pacientes para ensinar aos mais novos a cultura e o conhecimento através da vivência’.
Totalmente rodado no Rio de Janeiro, o curta ‘Akoma-Vibrações de uma Nação’ mostra a força da ancestralidade africana na formação da história da cidade.
O filme retrata a capital fluminense marcada pela chegada dos povos africanos com toda a sua riqueza cultural, destacando a dança, a música, a religiosidade, o saber popular, os mitos e as línguas africanas.
‘Akoma-Vibrações de uma Nação’ foi produzido como parte do encerramento do curso de Operador de Câmera do SENAC-Rio, e foi considerado o melhor trabalho já elaborado por alunos na instituição. Como parte de uma parceria institucional entre o SENAC-Rio e o Canal Futura de Televisão, o curta tem promessa para entrar na grade de programação do Canal.
‘Akoma-Vibrações de uma Nação’ tem duração de 15 minutos e foi lançado neste último domingo, 20 de maio, na exposição ‘Conversa de Galeria com Vizinhos’ no MAR-Museu de Arte do Rio, junto com o documentário sobre Tia Ciata.
Axé!
Ficha técnica:
Direção e Produção: Tatiane Lima
Direção Fotográfica e Montagem: Davi Victor
Câmera: Davi Victor e José Antônio
Áudio: Rodrigo Laurindo
Arte: Rodrigo Laurindo e Rodrigo Lima
Roteiro: José Antônio e Tatiane Lima
Assistentes: André Rossello e Vinícius Nascimento
Agradecimentos: André Spinelli, Carmen Luz, Carlos Muttalla, Casa do Nando, Hermes A. Dantas, José Vieira Dias, Luiz F. Marcondes, Marina Miranda, Mestre Navalha, Renan Ferreira e Valéria Monã
Créditos em entrevistas: Gracy Mary Moreira (Presidente da ORTC e bisneta de Tia Ciata)
Diretor e percussionista: Francisco Luna Chicote
Bailarina e Coreógrafa: Gleu Cambria
Cantora e pesquisadora de ritmos brasileiros: Lizza Dias
Gestora Cultural e Pesquisadora: Kaká Portilho
Diretora do IPEAFRO: Elisa Larkin Nascimento
Dançarino e percussionista: Mayombe Masai
Mestre em Ciências Sociais, bailarina e coreógrafa: Aline Valentim
Capoeirista: Mestre Kanoa