Ogan Bángbàlà, o veterano dos Ogans
Na língua yorùbá, a palavra Ọ̀gá significa: senhor, mestre, que se destaca no ẹgbẹ́ (sociedade). Aqui no Brasil, a palavra foi modificada para Ogan, mas com o mesmo significado de uma pessoa que se destaca como senhor, ou mestre.
E foi sempre com muita maestria, que o baiano Luiz Ângelo pautou sua vocação religiosa na vida do seu saudoso pai carnal, que era candomblecista. Muito jovem, Luiz Ângelo foi confirmado Ogan no Àṣẹ da Ìyálórìṣà Lili D’ Ọ̀ṣun, da Nação Ẹ̀fọ̀n (etnia religiosa de cultura yorubá). A partir daí, ele ficou conhecido como Ogan Bángbàlà.
Amigo de muitos anos do Ogan Bángbàlà, o escritor e também Ogan José Beniste, explicou que a palavra Bángbàlà significa em yorùbá: ajude-me a receber riqueza. E riqueza de conhecimento é o que não falta ao mestre, que já comandou muito Àṣèṣé (ritual fúnebre do Candomblé Kétu) de importantes sacerdotes do Candomblé.
Polivalente, Ogan Bángbàlà fabrica Ṣẹ̀kẹ̀rẹ̀ (chocalhos feitos de cabaças) e Ìlù (tambores sagrados do Candomblé).
Ele também já ministrou vários cursos de cantigas de Òrìṣà e percussão, e seus CDs com cânticos de Candomblé são procurados por muitos jovens Ogans, que admiram o trabalho do veterano.
Em 2007, recebeu o Prêmio Camélia da Liberdade, e em 2014, a Comenda pela Ordem ao Mérito Cultural.
Mestre Bángbàlà construiu toda a sua história, transmitindo seu precioso conhecimento religioso, por isso é amado e respeitado.
Ìmọ̀ nà gbá mú pẹ́lù nánà èémí àti lọ́dò nà nírẹ̀lẹ̀!
(A sabedoria se aprende com a vida e com os humildes!)
Axé!