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Paulo de Oxalá

Eurico de Ògún e Liara de Yemọja, um amor que nasceu no Carnaval


Eram dois candomblecistas que não se conheciam: Eurico de Ògún e Liara de Yemọja. Eles eram Ègbọ́nmi (iniciados com obrigação de sete anos completos) e pretendiam brincar o carnaval naquele ano.


Mesmo tendo a autonomia do Orò ọdún méje (obrigação de sete anos), cada qual se dirigiu ao seu Ilé Àṣẹ Ìgbẹ̀rẹ̀ (casa de Candomblé de iniciação) e conversaram com seus respectivos sacerdotes de Òrìṣà (Orixá). No caso de Eurico, era a Ìyálórìṣà Deolinda de Yánsàn. E no caso de Liara, o Bàbálórìṣà Edel de Lógun Ẹ̀dẹ.


Mãe Deolinda jogou o Mẹ́rìndílógún (jogo de 16 búzios) e disse para Eurico, que Ògún lhe permitia brincar o carnaval, desde que ele fizesse um Ẹbọ ètùtù (oferenda de proteção) e um Adimú (comida seca) para Èṣù e outro para o seu próprio Òrìṣà, Ògún. Assim foi feito e Eurico foi liberado para brincar o carnaval.

Já Pai Edel de Lógun Ẹ̀dẹ jogou para Liara e lhe disse que Yemọja a deixaria brincar o carnaval, mediante a um Ẹbọ ojúkòríbi (oferenda de prevenção) e um onjẹ bilè (tipo de comida seca) para seu Òrìṣà e Èṣù. Liara providenciou tudo, realizou as determinações, e foi tranquila brincar o carnaval.


Mas os Àyànmọ́ (desígnios) de Olódùmarè e dos Òrìṣà são maravilhosos, e Eurico e Liara se conheceram em um bloco de carnaval. Eles se identificaram como filhos de Òrìṣà, namoraram, se casaram no Candomblé e tiveram um casal de filhos.


Moral da história: Eurico e Liara seguiram as orientações dos Òrìṣà, fizeram seus Ẹbọ e triunfaram na vida.


Láìsí ẹbọ rárá selé ìsẹ́gun! (Sem sacrifício, não há vitória!)


Axé!


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