A reação aos ataques às religiões afro-brasileiras
Nos últimos dias assistimos, pelas redes sociais, vídeos ridicularizando as religiões afro-brasileiras.
Não dá para assistir tamanha agressão e ficar inerte. Nos meus 41 anos de iniciação no Candomblé, nunca tinha visto tanto ódio direcionado ao povo de Orixá.
No entendimento popular, Jesus pregou o amor ao próximo e a Deus. Os verdadeiros seguidores desse ensinamento não fariam tal atrocidade.
A nossa constituição nos garante a liberdade religiosa, portanto intolerância religiosa é crime conforme o artigo 5º, inciso VI: "É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias".
Mas toda ação gera reação, e o povo de Orixá não deixou barato. As redes sociais repercutiram o fato, despertando interesse da grande mídia, parlamentares, movimento negro, de outros segmentos religiosos e da igreja católica. O sentimento de todos é um só: Indignação.
Mas Olódùmarè, Ọlọ́run (Deus) e os Orixás nunca nos desampararam, e a CCIR - Comissão de Combate à Intolerância Religiosa promoverá neste domingo, 17 de outubro, a 10ª ‘Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa’. A Comissão reúne todos os anos diversos credos religiosos como: umbandistas, católicos, judeus, muçulmanos, wiccanos, budistas, kardecistas, seguidores do Santo Daime, hare krishnas, evangélicos, ciganos, ateus e agnósticos, numa caminhada na orla de Copacabana com o objetivo de promover a liberdade de cada culto e o convívio pacifico entre as religiões.
Dom Orani Tempesta Cardel da Arquidiocese do Rio de Janeiro apoia a Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa.
Programação:
Concentração - Posto 5 da Praia de Copacabana - de 10h às 13h, com atividades culturais:
Afoxés, jongo, Roda de Capoeira do Mestre Celinho Gomes, e apresentação dos Grupos: Respeitem Meu Canto e Mãos de Aruanda.
Toques com Terreiros de Umbanda.
Cia de Dança Às de Ouro, Grupo Afro Ọ̀rúnmìlà, Zoatabaque e Àṣẹ Lode.
Fala das lideranças religiosas.
Das 13h às 17h, caminhada do Posto 5 até a Praça do Lido, tendo como mestres de cerimônia Pai Renato de Obaluaiyê e Mãe Miriam de Oyá, com apresentação do Afoxé Ọmọ Ifá, Filhas de Ghandi, Filhos de Ghandi e Rio Maracatu.
Xô intolerância, e viva a liberdade religiosa!
Axé!