Dicionário de terreiros e batucadas de bamba
No final do século XVIII, um ritmo africano com muita batucada e dançado em rodas, o “semba”, popularizado no recôncavo baiano chegou a Salvador.
Já no começo do século XIX, com a migração de baianos para o Rio de Janeiro, o semba chegou à região portuária, que abrange desde a Praça Mauá e Pedra do Sal até o antigo “Largo do Rocio Pequeno”, atual Praça Onze.
A palavra semba é da língua umbundo que significa umbigada, pois era assim que em momentos de descontração os povos de etnia banto dançavam: dando umbigadas. A palavra semba foi modificada para samba. Podemos dizer que o samba nasceu na Bahia, mas foi no Rio de Janeiro que ele se desenvolveu e tornou-se um dos maiores patrimônios culturais de todos os tempos.
Não se pode desassociar a relação entre as antigas escolas de samba e a religião afro. As “Tias” (antigas baianas) eram iniciadas no Candomblé e levaram para essas escolas palavras usadas nos rituais, como por exemplo, o termo barracão, que passou a designar os galpões que abrigam as fantasias e alegorias das escolas de samba. Por sua vez, as quadras eram chamadas de terreiro e era comum dedicar a escola a um Orixá.
Isso tudo pode ser conferido no “Dicionário da História Social do Samba”, de Nei Lopes e Luiz Antonio Simas. Com 393 verbetes falados no mundo do samba. O livro descreve períodos históricos e lugares de origem e tradição, como Oswaldo Cruz, onde nasceu a Portela; e o Estácio, bairro de bambas como Ismael Silva, Bide e Nilton Bastos (criadores da primeira escola de samba).
É um dicionário de bamba (do kimbundu, mbamba – mestre)! Uma excelente fonte de consulta para pesquisadores e admiradores das culturas de origem afro, em particular, o samba.
Axé!