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Paulo de Oxalá

As Àyaba-Yabás e a Maternidade


Quando Olódùmaré criou o Àiyé (o mundo) e os Òrìṣà-Orixás, determinou que as Àyaba-Yabás (Orixás-Mães Rainhas) fossem responsáveis pela fecundidade, pela riqueza e pela feminilidade. Cada um desses Orixás tem um domínio próprio.


Para Ọ̀ṣun (Oxum), ficou a responsabilidade pelas águas das cachoeiras, fontes, rios e pela fecundidade de todos os seres. Oxum é a dona do ovo (a maior célula viva) e do líquido amniótico (água que envolve o bebê no ventre materno). Oxum toma conta das crianças desde a gestação até elas aprenderem a falar. Para cultura yorubá, sem o consentimento de Oxum, não há gravidez.


Yánsàn (Yansã), divindade dos ventos e tempestades, também está ligada a maternidade, como pode ser comprovada pelo significado da expressão que dá origem ao próprio nome: "Ìyá ọmọ mésàn ọ̀run" (Yánsàn é mãe de nove crianças no céu). Yansã é a única que enfrenta e domina os Eégún- Égúns (espíritos) com rituais específicos. Yansã protege as crianças contra os ohùn burús (coisas ruins).


Nàná ou Nàná Burúkú ou Nàná Bukú (Nanã), como é chamada no antigo Dahomé, é reverenciada também como o ancestre feminino dos povos ewes-fons, sendo mãe de Besen e Sapata. Na Nigéria, Besen é chamado de Òṣùmàrè- Oxumarê; e Sapata, de Ọmọlu. Para os yorubás, Nanã é a grande sábia, por isso é ela que instrui as crianças passando-lhes o conhecimento da vida até a idade adulta.


Já Yemọjá (Yemanjá) é a mãe de muitos Orixás, dentre eles Ògún- Ogum, Ọ̀ṣọ́ọ̀sí-Oxossi, Oyá-Yánsàn, Ọ̀ṣun-Oxum, Ṣànpọ̀nná-Xapanã e Ọ̀loṣá-Oloxá. Ela é considerada a Rainha das Águas. Aqui, no Brasil, o culto a Yemanjá está relacionado ao mar. Yemanjá protege a criança e toda a família.


Para cultura yorubá, as gestantes são tratadas de forma especial, pois são vistas como "ìlóyún ẹ̀mí alafé"(grávidas de espíritos divinos). Quando um ẹ̀mí (espírito) é enviado para a terra, nasce com ele uma mãe e esta mãe merece culto, pois sem seu ventre, não seria possível a vida.


Ser mãe é algo tão mágico que acaba contagiando a todos que estão ao seu redor. Além disso, no momento em que a gestante começa a gerar o bebê dentro de seu ventre é como se tudo que ela desejou durante sua vida inteira estivesse ali. Por este motivo, ela acaba se sentindo realizada e passa a sentir um amor tão grande por aquela criança que mesmo sem tê-la ainda em seus braços, dispensa-lhe todos os cuidados e atenção possíveis.


Parabéns a vocês, grávidas. Em especial, a duas amigas que foram agraciadas com essa bênção divina: Clarissa Monteagudo, guerreira e jornalista, e Denise Paixão, minha filha de santo. Aproveitem ao máximo cada segundo deste momento único. Agradeçam esta bênção divina e curtam toda a felicidade que está reservada para vocês!


Wá kabó ọmọdé! (Sejam bem-vindas, crianças!)


Axé!



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