Homenagem a Ògún Jóbí
Conheci Sergio Barbosa (Ògún Jóbí) em 1989 na antiga Rádio Mauá-Solimões, de Nova Iguaçu, no Programa Cultural Afro-Brasileiro de José Beniste.
Ele foi iniciado em 1966 aos 12 anos de idade no segundo barco de Ìyàwó do Bàbálórìsà Joquim Mota de Omolu. Os dois eram sábios e brilhantes. Pai Jóbí, um inovador e Pai Joaquim, um competente conhecedor de Candomblé.
Em 1994 tive o prazer de ver toda polivalência artística de Pai Jóbí no 1º Festival das Religiões da Natureza, realizado no Maracanãzinho, apresentado por mim e comandado por Cesar e Katja Bastos. Nesse evento Pai Jóbí mostrou um maravilhoso desfile temático sobre os Orixás. Fiquei feliz em ver as pessoas no estádio encantadas e entusiasmadas com todo aquele espetáculo. Assistindo ao desfile estava ao meu lado o ilustre e saudoso Doté Luiz de Jàgún que, maravilhado, exclamou: “Esse é o iluminado Ògún Jóbí!”.
E era iluminado mesmo, pois logo depois do Festival, Pai Jóbí apresentou um Programa de TV ‘By África Rio’ que fez muito sucesso.
Como bom filho de Ògún, além de ousado e criativo, ele era empreendedor. Seus próximos empreendimentos foram a mudança de residência de Coelho da Rocha para Santa Tereza e a criação do Restaurante Buffet Másàn Òrun, na Praça Tiradentes.
Mas Olódùmarè tem os designíos e, em 2010, Ògún Jóbí (aquele que Ògún ajudou a nascer) nos deixou. O seu Terreiro de Candomblé, “Àse Ogbojú Fire Imo Ogum Oyá” (os filhos valorosos que convivem com a sabedoria de Ògún e Oyá), ficou aos cuidados do seu filho, o Bàbálórìsà Marcelo Fritz de Òsàgiyán que neste sábado, 20 de agosto, celebra uma festa in memorium a Pai Jóbí.
"Okùnrin oun wiwo kelulé wo ìwà!" (O homem é eternizado por suas qualidades!)
Axé!