Ọ̀ṣun dá poderes sagrados a Ibéjì
Divindade domina o nascimento de gêmeos
Ibéjì (os gêmeos) são filhos de Ọya e Ṣàngó mas não possuíam poderes sobre nenhuma energia que age sobre o ayé (terra) ou sobre a sua população.
Eles perguntavam a Ọya o porquê de apesar de ela ter tantos poderes, ela não lhes concedia uma força sobre algo no mundo. Ọya explicava que por eles serem filhos de nobres e ter tudo, nenhum poder lhes seria necessário.
Ao saber disso, Ọ̀ṣun, a segunda esposa de Ṣàngó e que disputava com Ọya o encanto do poder feminino, organizou uma festa para as àwọn ọmọdé (as crianças) dos arredores de Ọ̀yọ́.
Como o prato predileto dos gêmeos era o ilá (quiabo), Ọ̀ṣun caprichou numa comida à base de quiabo e frango.
No dia da festa, enquanto todas as crianças se fartavam, Ọ̀ṣun entregou duas cabacinhas para os gêmeos e disse-lhes: “Guardem isso até o rei Ṣàngó vos permitir viajar”.
O tempo passou e veio a liberação de Ṣàngó para os gêmeos viajarem.
Na hora da viagem, Ọya queria acompanhar os filhos, porém Ṣàngó determinou que Ọ̀ṣun os acompanhassem. Foi então que Ọ̀ṣun aconselhou os gêmeos a levarem as cabacinhas junto com os outros pertences.
A viagem era para a cidade de Ẹ̀pàpó que há sete anos não nasciam gêmeos.
Quando eles chegaram em Ẹ̀pàpọ́ foram recepcionados com muita festa e comidas.
No meio da cerimônia, Ọ̀ṣun pediu que eles pegassem as cabacinhas e as sacudissem. Assim eles fizeram.
Ao sacudir as cabaças, elas por si abriram-se e um pó amarelo que saiu das cabacinhas envolveu todas as mulheres casadas do local.
A partir daí, nasceram muitos gêmeos em Ẹ̀pàpọ́, e Ibéjì foi aclamado como o protetor dos gêmeos.
Kíkí Olúwa Ibéjì! (Salve o Senhor dos Gêmeos!)
Axé!
Foto: Oxum e Ibéjì – Pai Paulo de Oxalá
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