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Foto do escritorPaulo de Oxalá

Ìkódídẹ, o grande símbolo de honraria a Oxalá


Foto: Òṣàlá, o senhor do Ìkódídẹ - arte Pai Paulo de Oxalá



 

Pena sagrada é usada em iniciação no Candomblé

 

Òṣàlá (Oxalá) é o Orixá da criação, da pureza e da paz. Ele é também considerado como o Òrìṣà (Orixá) da sabedoria e do equilíbrio, e senhor da roupa branca, cor que simboliza a sua serenidade e luz espiritual.

 

Um dos elementos mais sagrados e poderosos associados a Oxalá, é o ìkódídẹ (ecodidé), a pena da cauda do papagaio vermelho, que é de extrema importância nos rituais afro-religiosos. Essa pena simboliza proteção, vitalidade e tem ligação direta com outras divindades e ancestrais.

 

No Candomblé, o ecodidé é utilizado no ritual de iniciação de ìyàwó (nome dado ao noviço neste culto), e simboliza a ligação do seu Orí (cabeça) com Òṣàlá, o criador de todas as cabeças. Além dessa ligação com o Orixá criador, O ecodidé, serve com utensílio sagrado de proteção e purificação.

 

A conexão entre Oxalá e o ecodidé, também reflete a harmonia entre o espiritual e o material, enfatizando a importância de viver em equilíbrio e respeito com a natureza e o universo.

Através do culto a Oxalá e da utilização do ecodidé no orí, os àwọn Ọmọ Òrìṣà (os filhos de santo) alcançam uma vida plena, serena e alinhada com os princípios sagrados.

 

Os yorubás usam o ecodidé em indumentárias ritualísticas, como um símbolo de honra e respeito a Oxalá. Eles acreditam ainda, que pelo fato do ecodidé ser ligado ao grande Orixá, ele representa a união da pureza espiritual com a força vital, oferecendo assim para quem o usa, uma trajetória de luz, proteção e sabedoria.

 

O ecodidé é tão valioso no culto a Orixá, que celebrá-lo e honrá-lo, é perpetuar uma tradição ancestral que reverência às forças do universo e a vida aqui no ayé (mundo).

 

Mito yorubá explica porque Oxalá é o senhor do ecodidé


Oxalá tinha três esposas, sendo a principal uma filha de Oxum que cuidava das suas ferramentas.


As outras esposas tinham inveja dessa filha de Oxum, e certa vez jogaram as ferramentas sagradas de Oxalá no mar, mas a filha de Oxum as encontrou dentro de peixes.


Um dia Oxalá marcou uma festa, e as esposas invejosas enfeitiçaram a cadeira principal, e a filha de Oxum para que Oxalá não se sujasse, sentou-se na cadeira, o que lhe causou sangramento menstrual durante a festa. Oxalá, irritado pela quebra de tabu, expulsou-a.


Ela buscou ajuda de sua mãe, Oxum, que a curou e transformou seu sangue menstrual em penas do nobre papagaio Odídẹ. Ao ver essas penas, Oxalá perdoou sua esposa e passou a usar o ecodidé (pena do papagaio real) em sua testa, como símbolo de perdão e transformação.


Foi então, que Oxalá se tornou o senhor do ecodidé, e determinou que todos que fossem consagrados aos Orixás, deveriam usar no orí, no ritual de iniciação, a pena sagrada como símbolo de reconhecimento e honraria ao seu poder.

 

Ẹni tí ó gbe Ìkódídẹ lórí ń gbé ní àlàáfíà! (Quem levou Ìkódídẹ na cabeça vive em paz!)

 

Axé!


 

 

 

 

 

 

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